O SEBRAE Nacional divulgou estudo sobre a sobrevivência/mortalidade das empresas com até 2 anos de atividade.  Foram analisados os dados fornecidos pela Receita Federal referentes à formalização de empresas nos anos de 2008 a 2012. 

Tomando como referência as empresas brasileiras constituídas em 2012, o estudo mostrou que a taxa de sobrevivência das empresas com até 2 anos de atividade subiu para 76,6%.  Este foi o maior valor alcançado para o indicador, considerando-se as empresas nascidas em todo o período compreendido entre 2008 e 2012.

As empresas criadas no período entre 2008 e 2012 se beneficiaram de uma série de aspectos positivos, presentes no conjunto do período compreendido entre 2008 e 2014, o que ajuda a explicar o aumento da taxa de sobrevivência das empresas nesse período, destacando-se:

  • Taxas expressivas de crescimento do PIB  que, em 2010,  alcançou o valor máximo no período de 25 anos (7,5%);
  • Tendência de queda na evolução das taxas de juros;
  • Expansão do rendimento médio real dos trabalhadores (25% acima da inflação)
  • Crescimento do salário mínimo real (30% acima da inflação);
  • Redução da taxa de desemprego, caindo de 9,2% pra 4,8% nas principais regiões metropolitanas do país;
  • Aumento expressivo da renda das famílias  em virtude do crescimento do rendimento dos trabalhadores e da redução da taxa de desemprego, favorecendo os pequenos negócios criados no período;
  • Evolução positiva da legislação voltada para os pequenos negócios, destacando-se a implementação da Lei Geral da Micro e Pequena Empresa (Lei Complementar 123/2006), a ampliação do Simples Nacional e a criação do Microempreendedor Individual.

O estudo contemplou a taxa de sobrevivência por porte, segmento de atividade e localização geográfica das empresas. Abaixo, é apresentada uma síntese dos resultados do estudo.

 

Taxa de Sobrevivência por Porte de Empresa

As microempresas apresentaram a menor taxa de sobrevivência, o que pode ser causado pela maior dificuldade destas empresas para acessar o capital humano e financeiro.

As pequenas, médias e grandes empresas possuem uma estrutura mais organizada e maior capital, além de investimentos que servem de colchão para eventuais choques, ou seja,   já adquiriram suficiente musculatura, aumentando suas chances de sobrevivência.

Por outro lado, os microempreendedores individuais têm taxa de sobrevivência próxima das empresas de pequeno porte, favorecidos com baixa burocracia e baixo custo para o registro de criação/baixa e manutenção), associadas à estruturas empresariais muito pequenas e flexíveis.  Estas condições diferenciadas parecem ter resultado na criação de um tipo de “nano” negócio com elevada chance de sobrevivência, pelo menos, nos dois primeiros anos de atividade.

O MEI, ao ser introduzido na análise, provoca um impacto muito positivo no cálculo da taxa de sobrevivência das empresas, porque além de sua taxa ser elevada, quando tomada isoladamente, sua participação no total cresce substancialmente no período,  passando de 0%, em 2008, para 63% das empresas criadas, em 2012.

 

Taxa de Sobrevivência por Setor de Atividade

Em termos setoriais, para as empresas nascidas em 2012, verifica-se que a maior taxa de sobrevivência foi registrada nas empresas do setor industrial (80%), seguida pela taxa da construção (79%), do comércio (77%) e de serviços (75%).

O bom desempenho do setor industrial foi puxado pelas empresas da indústria na região Sudeste, onde a taxa de sobrevivência das empresas constituídas em 2012 foi a 82%.

Em termos de evolução, verificou-se em 2010 um salto na taxa de sobrevivência em todos os setores.

Como visto anteriormente, esse desempenho foi fortemente influenciado pelo aumento da participação dos MEI no universo de empresas.

 A expansão do PIB no período também favoreceu o aumento e a manutenção das taxas de sobrevivência em níveis elevados.

 

Taxa de Sobrevivência por Localização Geográfica

Entre as Unidades da Federação, verificam-se taxas de sobrevivência de empresas com até 2 anos muito diferentes.  

Treze UF apresentam taxas de sobrevivência das empresas criadas em 2012 superiores à média nacional. São destaques os estados de Alagoas (81%), Rio de Janeiro (80%) e Espírito Santo (80%).

Quatorze UF apresentam taxas de sobrevivência inferiores à média nacional. Os estados do Amazonas, Amapá e Maranhão são os que apresentam taxas de sobrevivência mais baixas, com respectivamente 67%, 68% e 71% de taxa de sobrevivência para empresas com até 2 anos.

Em todas as regiões e em todos os estados houve um salto da taxa de sobrevivência de empresas com até 2 anos, das empresas criadas em 2010. Novamente, contribuíram para isso o crescimento do número de MEI e a expansão do PIB.

 

O estudo completo sobre a sobrevivência das empresas no Brasil pode ser acessado no  Portal do SEBRAE. Clique aqui.  

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Comentários

  1. Wilton
    23 de maio de 2017, 14:35

    Este crescimento refere-se ao período de inchaço econômico do governo PT, puxado pela evolução da legislação com a criação do MEI. Para mim, o que falta para melhorar o desempenho das empresas e a longevidade delas e uma melhor preparação do empreendedor (empresário) no que diz respeito a gestão empresarial. Muitos destas empresas não geram lucros, e uma hora a coisa estoura. É preciso fazer os empresários entender que o dinheiro no caixa não é deles, mas da empresa. Só assim vão sobreviver.

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